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Engajamento híbrido: do atual para o futuro
Durante a pandemia, diversas empresas se reinventaram e vimos muitos exemplos interessantes de ações de engajamento
Durante a pandemia, diversas empresas se reinventaram e vimos muitos exemplos interessantes de ações de engajamento, que se mantiveram após a adoção do modelo híbrido
A pandemia de Covid19, declarada em março de 2020, balançou as estruturas do mundo e das empresas, que precisaram converter sua força de trabalho do escritório para o modelo remoto. Um dos maiores desafios das lideranças e do RH foi conseguir manter o engajamento de suas equipes, mesmo à distância. Passados quase dois anos, com o avanço da vacinação, a realidade corporativa que temos hoje se resume em três modelos: empresas que seguirão em home office, aquelas que já retornaram para o presencial e aquelas que optaram pela forma híbrida. Mas a pergunta que fica é: como manter o engajamento dos colaboradores?
Engajamento, inclusive, é uma palavra que vem sendo cada vez mais utilizada nas pesquisas de clima organizacional em empresas que buscam mensurar e atuar ativamente para manter elevados índices de satisfação de seus colaboradores. Pioneiro do conceito de engajamento entre funcionários, William A. Kahn, da Escola de Gestão da Universidade de Boston, afirma que funcionários engajados estão física, cognitiva e emocionalmente envolvidos em suas funções quando se sentem recompensados pelo desempenho, quando confiam e sentem segurança no trabalho que desenvolvem e quando se deparam com os recursos físicos e psicológicos necessários para a execução das tarefas.
O Capital humano é o patrimônio mais precioso de qualquer organização. É através dele que tudo acontece: inovação, execução e resultado. Manter uma equipe engajada só traz benefícios tanto para os colaboradores como para a empresa. Uma pesquisa da Randstad de 2019 mostra que 70% dos brasileiros já demonstravam interesse em trabalhar em home office, mesmo antes da pandemia. Já uma pesquisa encomendada à consultoria IDC pelo Google Cloud, realizada entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021 com 897 colaboradores de grandes empresas, apontou que 43% dos entrevistados disseram que o modelo híbrido de trabalho já havia sido definido pelas empresas como padrão após a pandemia.
Na Philips do Brasil, por exemplo, o modelo híbrido já era adotado antes mesmo da pandemia. O home office sempre foi uma opção dada aos colaboradores, que tinham a opção de trabalhar uma vez por semana em casa. Também realizamos pesquisas de clima organizacional, com participação sempre voluntária. Durante o período de isolamento social, a quantidade de respondentes aumentou significativamente, assim como os níveis de engajamento. Além disso, um sentimento de “orgulho em pertencer” foi aflorado em todos os funcionários, pois eles viram, na prática, como a empresa pôde atender a população mundial e como o trabalho de cada colaborador contribui para o real propósito da empresa, que é o de “melhorar a vida das pessoas”.
Durante a pandemia, diversas empresas se reinventaram e vimos muitos exemplos interessantes de ações de engajamento, que se mantiveram após a adoção do modelo híbrido. É o caso da Philips, que criou uma coletânea de interações, realizadas a cada 15 dias por videoconferência, em que um grupo de iniciativas foi compiladas em cinco pilares: Mental, Emotional, Greater Good, Physical e Social. O nome dado à iniciativa geral foi #WeCareCalls, na qual temas latentes sobre a pandemia sempre estiveram na pauta. Houve a preocupação com saúde mental e física, bem como com a interação com filhos e família, afora aulas de ioga, kickboxing, meditação, alimentação, dicas de atividades para crianças etc. Tudo isso contou sempre com bastante participação dos colaboradores, que muitas vezes eram quem apresentava as reuniões para os demais colegas.
De modo geral, ideias para atividades de engajamento são levadas aos funcionários pelo time de gestão de pessoas. A partir daí, são montados pequenos squads de colaboradores para ouvir deles o que os ajudaria a enfrentar melhor a fase que estiverem passando. A partir de então, com tudo consolidado, os times de RH e comunicação estabelecem pilares a serem trabalhados e criam, com ajuda dos colaboradores, ações para deixar o período mais leve.
Embora ainda não esteja claro quando será possível falar de um cenário pós-pandemia, o que já se sabe é que o modelo híbrido de trabalho veio para ficar. Unir as facilidades do home office com a possibilidade de contato interpessoal, a fim de manter a cultura organizacional de cada empresa, foi a escolha de muitas companhias do mundo, principalmente brasileiras. E com a ajuda da tecnologia, isso ficou ainda mais fácil, pois temos à disposição ferramentas avançadas capazes de permitir que os trabalhadores desenvolvam as mais diversas atividades remotamente, o que é fundamental para o plano de continuidade de muitos negócios.
Patrícia Frossard, Country Manager na Philips Brasil